'Chamas da vida': ação demais atropela a história

Quem esperava ver os heróicos combatentes do fogo em ação no primeiro capítulo de “Chamas da vida”, novela de Cristiane Fridman dirigida por Edgard Miranda que estreou anteontem na Record, se decepcionou. Leonardo Brício (Pedro) e companhia apareceram num rápido treinamento na reserva do Tinguá. Com direito a uma estranha aparição em plena floresta, a de um ser que lembrava um pouco aquele bizarro Sufocador de Piranhas de “Duas caras”. Em compensação, a estréia deu direito a longas seqüências de perseguição num ferro-velho. Daquelas que se tornaram uma marca das novelas da Record. A emissora, aliás, não pára de aumentar seu estoque de figurinos de policiais e armas cenográficas. Houve carros se espatifando, muita troca de tiros, e Dado Dolabella (surpresa: como um bad boy) estrelando uma fuga pretensamente espetacular. Tudo isso, claro, tem apelo popular.

Mas o problema é que o capítulo acabou sem que a autora tivesse sequer apresentado seus personagens com alguma clareza. O público mal entendeu qual história vem por aí, já que a direção atropelou a dramaturgia com um excesso de efeitos, cortes gratuitos, câmeras enviezadas, tela divida em mil partes etc, tudo de gosto muito duvidoso. Entre mortos e feridos, salvaram-se Jussara Freire (sempre ótima), Antônio Grassi, Letícia Colin e Leonardo Brício e a inspirada trilha sonora. Talvez, nos próximos capítulos, salvem-se também as belezas do Tinguá e os atos dos heróis do fogo. É esperar para conferir.

0 comentários: